Lula e Alckmin disputam apoio do PMDB

Jonrak Correio do Estado
Lula passou a manhã de ontem reunido com candidato do Rio e Alckmin não terá apoio de todo o PMDB
Da redação

Os candidatos à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão disputando o apoio do PMDB por todo o País. No Rio, eles conseguiram dividir o apoio do partido. Alckmin, por exemplo, recebeu na terça-feira o apoio da governadora Rosinha Matheus (PMDB) e do ex-governador Anthony Garotinho (PMDB). Já em São Paulo, o partido está dividido e deve liberar filiados para apoiar petista e tucano.
Ontem, foi a vez do presidente Lula receber o candidato do PMDB ao governo do Rio no Palácio da Alvorada. O ato político que oficializará o apoio de Cabral à candidatura de Lula estava marcado para ontem à noite, no Rio.
Com isso, Alckmin e Lula dividiram o apoio do PMDB no Rio. No primeiro turno, por exemplo, o casal Garotinho apoiava a candidatura de Cabral ao governo do Rio, que vai disputar o segundo turno com Denise Frossard (PPS). Frossard, por sua vez, era apoiada por Alckmin e apadrinhada pelo prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL).
Em todo o país, o PMDB está dividido entre Lula e Alckmin. Parte do partido está com o tucano e outra, com o petista. Em algumas localidades – caso do Paraná–, lideranças como Roberto Requião (PMDB) vão se manter neutras no segundo turno.
Enquanto isso, no Estado de São Paulo, o partido deve liberar seus filiados para apoiar a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou de Geraldo Alckmin à Presidência da República. Hoje, peemedebistas se reúnem para tomar posição oficial sobre o tema, mas integrantes já adiantam que a legenda está, mais uma vez, dividida.
Orestes Quércia, presidente do diretório estadual, é visto no partido como um aliado do presidente Lula, ainda que essa posição nunca tenha sido declarada explicitamente por ele. Durante sua campanha para o governo de São Paulo, Quércia foi bastante crítico quanto à administração tucana e mostrou afinidade com o petista e adversário Aloizio Mercadante durante um debate entre os candidatos a governador.
Há uma ala do PMDB paulista, no entanto, que se alia ao presidente nacional da legenda, o deputado federal por São Paulo Michel Temer, que já declarou apoio a Alckmin.
Tradicionalmente, Quércia tinha força política suficiente para valer sua posição dentro da legenda, mas sua derrota para o governo de São Paulo e o tamanho da bancada estadual, que se manteve minoritária na Assembléia Legislativa do Estado, teriam minado sua influência na legenda. Outra questão de ordem ainda mais prática pode inclinar o PMDB para apoiar o tucano: o governo do Estado, que continuou como um "reduto" do PSDB nas mãos de José Serra. Segundo integrantes da legenda, é pouco provável que os prefeitos do interior paulista vinculados ao partido apóiem um candidato à Presidência contra o governador do Estado.
"Eu acho que o PMDB cometeu dois erros fundamentais: nós poderíamos ter pelo menos a prefeitura de São Paulo agora, se o Temer tivesse entrado na chapa com Serra. O Temer também poderia ser agora vice-governador, porque já houve chance disso," afirma o deputado estadual Jorge Caruso. "Foram esses dois erros fundamentais que culminaram nessa tragédia eleitoral", acrescenta o parlamentar reeleito.

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