"A cada 5 dias uma criança desaparece em Limeira"

Jornalista: Gazeta de Limeira
A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) registrou em média, entre janeiro e outubro deste ano, seis casos de desaparecimento de menores por mês. Desentendimentos familiares são apontados como a principal agravante na maior parte dos casos.“Vou fugir de casa”. O que aparentemente é uma ameaça inofensiva dita por milhares de crianças e adolescentes acaba muitas vezes se tornando caso de Polícia. Segundo a delegada Monalisa Fernandes dos Santos, em Limeira não há denúncias de tráficos de menores, mas o que mais preocupa são as “fugas” de casa.O levantamento divulgado à Gazeta não tem divisão por faixa etária ou por sexo, porém, como base nos atendimentos, Monalisa destacou que os principais envolvidos nestes casos são adolescentes do sexo feminino que muitas vezes saem de casa porque os pais não concordam com determinadas companhias ou ainda devido aos relacionamentos amorosos.No entanto, o problema aparentemente doméstico pode ter conseqüências graves. Isso porque os menores ficam expostos ao risco como a criminalidade ou até mesmo maus-tratos. “Muitos se refugiam na casa de amigos ou parentes, mas outros ficam perambulando sem destino, expostos à criminalidade”, explicou.O diálogo sempre é a melhor alternativa para evitar este tipo de situação, mas caso o desaparecimento aconteça, mesmo que os motivos sejam considerados banais, a Polícia deve ser acionada imediatamente. “Não é preciso esperar 24 horas”, enfatizou.De acordo com a delegada, se a criança ou o adolescente não chegar em casa no horário de costume, não avisar que vai atrasar e simplesmente não der nenhuma notícia é preciso registrar Boletim de Ocorrência (BO). BUSCANa maior parte dos casos o próprio menor reaparece durante as investigações e muitas vezes até desaparece de novo pelos mesmos motivos. Entretanto, quando o caso não é solucionado, as famílias recorrem ao projeto “Caminho de Volta”. “O DNA dos pais é coletado e enviado a um banco de dados em São Paulo”, explicou.Os dados são centralizados através de um sistema que cruza informações com outros menores que possam, por exemplo, estar em abrigos. O DNA também é utilizado em casos em que a Polícia encontra ossadas e precisa identificar as origens paterna e materna.Somente neste ano, segundo a delegada, quatro famílias aderiram à iniciativa. Até agora um caso ainda está pendente. Trata-se de um adolescente, de 15 anos, desaparecido desde março quando saiu de uma festa. O que mais intriga a Polícia é que ele não tinha nenhum envolvimento com entorpecentes ou outros crimes. Todo o trabalho referente aos desaparecimentos inclui atendimento aos menores e aos familiares, feito pela psicológa Maria Rita Lemos. (ESS)

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