Cuidado com a roupa que você veste no trabalho

Lícia Egger Moellwald é consultora na área de Treinamento Corporativo, Relações Públicas, doutoranda em Comunicação e Semiótica pela PUC de São Paulo e professora da Universidade Anhembi Morumbi.


Quem trabalha precisa tomar cuidado. A idéia de que a moda é muito flexível, que vale usar tudo e que o ideal é misturar as peças para parecer mais eclética e atual, pode levar quem vê você a ter uma imagem completamente errada de quem você é, até mesmo, da sua competência profissional.

"As coisas são como lhe parecem". Essa frase de Pirandelo tem uma força enorme quando pensamos no poder que as roupas têm de transformar as pessoas no que elas vestem.

A roupa está associada à memória, dependendo de como uma pessoa está vestida podemos nos lembrar de alguém, de alguma época ou profissão. Se você encontra uma mulher vestida de branco com um estetoscópio no pescoço, pensa imediatamente que ela deve ser uma médica ou enfermeira, assim como se topar um mulher de farda, vai imaginar que ela é uma militar...

Além de ser uma importante fonte de comunicação, a imagem que fazemos sobre uma pessoa é no primeiro momento formada pela roupa que ela veste. E, só num segundo momento, por aquilo que a pessoa é de fato. Não é à toa que a gente diz que "somos aquilo que vestimos".

No ambiente profissional é comum encontrar mulheres sérias vestidas como garotas de programa, com decotes profundos, blusas transparentes, alças e sutiã aparecendo, calça comprida justa com calcinha marcando, vestidos em geral ou muito justos ou vaporosos demais, saltos muito finos e muito altos.

Se existe uma inevitável relação entre a pessoa e o que ela veste, é bom mostrar através da roupa o que as empresas querem ver nas suas profissionais: criatividade, equilíbrio, competência e sabedoria.
Quando o assunto é roupa e trabalho, valem algumas regrinhas básicas que vão ajudar você na hora de se olhar no espelho para trabalhar:

Separe as roupas usadas para trabalhar das que são para o final de semana ou para ficar em casa com os amigos. A roupa de trabalho é completamente diferente da roupa de sair ou de ir para a balada;


Com o tempo, é importante mudar a forma como nos vestimos, senão parece que paramos no tempo e que não gostamos de mudanças. Uma profissional competente se veste de acordo com a moda, a idade e o cargo que ocupa;


Roupas curtas demais ou muito justas devem ficar longe do guarda-roupa profissional. O comprimento adequado é três dedos acima dos joelhos;


Roupas muito decotadas não devem ser usadas para trabalhar, nada mais estranho do que olhar para uma mulher e ver primeiro os seios;


Barriga de fora só se a profissional for manequim, professora de ginástica ou bailarina. Calças com cintura baixa só nas horas do lazer;


Todo cuidado é pouco no casual day (algumas empresas estabelecem a sexta-feira como um dia em que as pessoas devem ir vestidas mais à vontade para o trabalho). O máximo é calça jeans com blusa e cinto.


Usar roupas que permitam aceitar um convite inesperado para o almoço, ou ir comer um sanduíche na lanchonete ao lado do escritório. Para isso, é só não exagerar nem na sofisticação, nem na simplicidade.
A roupa é a nossa embalagem, a nossa marca. Por isso, além de respeitar nossas características individuais, devemos pensar que a imagem que projetamos pode ter reflexo importante na nossa vida profissional.


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