Delicatessen, fôlego novo no Jazz Brasileiro

 Laura Macedo


Delicatessen é uma banda de jazz brasileira surgida recentemente (2006), em Porto Alegre (RS), somando a experiência de três excelentes músicos, Carlos Badia (violão), Nico Bueno (baixo) e Mano Gomes(bateria), com participação especial de Luis Mauro Filho "New" (piano) em alguns shows, e a cantora Ana Krüger.


O resultado é um trabalho sem afetações, sem pretensão, sem virtuosismo, leve, radicalmente simples e delicado.






O primeiro CD, "Jazz + Bossa", recebeu os mais entusiasmados elogios dos críticos brasileiros, como Nelson Motta e Roberto Mugiatti, além de ter sido indicado para o Prêmio Tim de Música em 2007, na categoria melhor Disco em Língua Estrangeira. Lançado no Japão, pela gravadora Rip Curl Records, conquistou os japoneses, sempre insaciáveis em relação ao jazz e à bossa nova.

Em 2007 e 2008, o Delicatessen fez mais de 80 shows, em Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, São Paulo, Rio de Janeiro, várias cidades do interior dos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, Buenos Aires (Argentina) e Assunção (Paraguai). Apresentou-se nos principais palcos do jazz na América do Sul, como Bourbon Street Music Club (São Paulo), Mistura Fina (Rio de Janeiro) e Notorious (Buenos Aires) e foi um dos destaques no tradicional Festival de Jazz de Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, ao lado de grandes atrações internacionais do jazz.

Depois do grande sucesso do primeiro disco o grupo lançou seu segundo CD, "My Baby Just Cares For Me", no último final de semana (28, 29 e 30 de novembro), no Teatro CIEE, em Porto Alegre (RGS). Neste novo trabalho, o estilo intimista e refinado é mantido, buscando sua inspiração na fonte das canções americanas e recriando os standards do jazz com a delicadeza e a simplicidade da bossa nova, ou seja, temperando com balanço brasileiro os clássicos da canção americana e, ao mesmo tempo, buscando temas menos conhecidos, mas não menos belos, de autores como Duke Ellington, Irving Berlin e os irmãos Gershwin.



A cantora Ana Krüger é um capítulo à parte. Pertence à estirpe das raras cantoras sem vibratos, cuja voz cheia de previlégios é cristalina. Quem souber ouvir verá como ela faz bossa & jazz, sem maneirismos, sempre com a mesma ternura, o mesmo suingue.

O desejo de ingressar no meio artístico surgiu ainda menina. Aos 9 anos, com o aval da mãe, Tânia Tavares, Ana foi matriculada nas aulas de piano e teoria musical. Na mesma época, fez figuração em uma ópera, onde a mãe integrava o coro da orquestra. "Peguei gosto e aos 13 anos me puseram para cantar entre os adultos", lembrou. Até ingressar na Delicatessen, ela se apresentou interpretando MPB e pop rock. A experiência em variados gêneros, Ana não pretende deixar de lado. "Em paralelo ao trabalho na Delicatessen, quero me lançar em carreira-solo cantando MPB", assegura a vocalista.

O pesquisador Carlos Moura traça um paralelo entre ela e grandes divas da canção americana: ”Ana retoma doçuras e malícias daquela era: o mel de Beverly Kenney, a manha de Anita O`Day, o dengo de Lucy Ann Polk, o rouquinho de Doris Day. Transporta tudo, com elegância e leveza, para o doce balanço da bossa nova, a filha mais dileta do jazz”.

A palavra Delicatessen é de origem franco-germânica e designa uma loja que vende especiarias, artigos finos, ingredientes importados.

A analogia é perfeita para o grupo gaúcho Delicatessen.


Fontes: www.delicatessenjazz.com/site.htm
http://www.myspace.com./delicatessenjazz
http://sintoniafina.uol.com.br

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