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De Jairo Lavia
Mais do que uma maratona de filmes, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo ganhou um status de instituição cinematográfica. Idealizado em 1977 pelo crítico de cinema e sociólogo Leon Cakoff, o evento cultural virou a maior referencia na descoberta de cineastas pouco (ou nada) conhecidos do público brasileiro.
Com quase 4900 filmes apresentados desde a sua criação - entre curtas, médias e longas metragens -, a Mostra ganhou um papel de destaque na agenda cultural da cidade de São Paulo. Mas é, sobretudo, como principal celeiro das novidades da sétima arte e como gestora de novos cinéfilos que o evento se impõe.
Prestes a começar sua 30ª edição, entre 20 e 2 de novembro esses militantes da cinéfila entrarão novamente em ação, num impulso frenético para explorar boa parte dos 420 filmes entre curtas, médias e longas metragens espalhadas em 18 salas. Segundo os números da organização, cerca de 200 mil pessoas freqüentaram a Mostra no ano passado, quando foram exibidos 444 títulos.
Numa mostra tão diversificada, o melhor caminho é se informar para não cair em nenhuma roubada. Ou mesmo não deixar passar nenhuma pérola em forma de película. Aquele filme independente e desconhecido, até pela crítica especializada, e que dificilmente terá sua chance num mercado exibidor tão massacrado e dominado pelos grandes estúdios.
O documentário "Os EUA contra John Lennon", de David Leaf e John Scheinfed, abre o evento para convidados no dia 19 de outubro, no Auditório Ibirapuera. No dia seguinte é a vez da garimpagem dos filmes. Muitos dos quais exibidos e vencedores dos principais festivais mundiais, com estréias previstas ainda para este ano ou em breve no circuito paulistano.
São os casos de "Volver" (Pedro Almodóvar); "A Comédia do Poder" (Claude Chabrol); "Fonte da Vida" (Darren Aronofsky); After the Wedding (Suzanne Bier); "A Última Noite" (Robert Altman); "Uma Verdade Inconveniente" (Davis Guggenheim) "Babel" (Alexandre Gonzáles Inarritu); "Flandres" (Bruno Dumont); "O Crocodilo" (Nanni Moretti); "Os Infiltrados" (Martin Scorcese); "C.R.A.Z.Y" (Jean-Marc Vallée); "Caminhos para Guantánamo" (Michael Winterbotton) e "Um Bom Ano" (Ridley Scott).
Os nomes orientais, sempre cogitados e adorados pelos cinéfilos estão sempre bem representados. São eles, Eric Khoo (Fica Comigo), Chen Kaige (A Promessa), Zhang Yuan (Little Red Flowers); Zhang Yimou (Um longo Caminho); Tsai Ming-Liang (Eu não quero Dormir Sozinho), Wang Xiaoshuai (Sonhos com Shangai); Kim Ki-Duk (Time); e Jia Zhang-Ke, (Dong e Still Life). Este último vencedor do Leão de Ouro do Festival de Veneza. Ainda na seara dos grandes festivais, a mostra apresenta a Palma de Ouro em Cannes, "The Wind that Shakes the Barley", de Kean Loach e o vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, "Tsotsi - Infância Roubada", de Gavin Hood.
Alguns diretores, assíduos representantes das mostras anteriores, marcam presença, como os portugueses Pedro Costa (Juventude em Marcha), Manoel de Oliveira (Sempre Bela); o finlandês Aki Kaurismaki (Luzes na Escuridão); o israelense Amos Gitai (Notícias do Lar); o russo Alexandre Sorukov (O Sol); além dos iranianos Jafar Panahi (Fora do Jogo), Bahman Ghobadi (Half Moon) e Mohsen Makhmamalbaf (Secream of the Ants).
Mostra Brasil
A qualidade dos filmes nacionais está bastante profícua com 17 longas de ficção e 14 documentários, todos inéditos em circuito comerciais e muitos ótimos títulos, o que tornará a concorrência pela disputa do prêmio muito acirrada. Destaques para o vencedor da Mostra do Rio de Janeiro, "O Céu de Sueli", de Karin Ainouz; "O Cheiro do Ralo", de Heitor Dhalia; "Os 12 Trabalhos", de Ricardo Elias; "Antonia", de Tata Amaral; e "O Ano em que meus Pais saíram de Férias", de Cão Hamburger. Todos filmes da nova geração de cineastas brasileiros.
De origem chilena, o diretor e roteirista Jorge Duran volta a filmar depois de quase vinte anos "Proibido Proibir". Outro que também retorna à direção de uma ficção é Andréa Tonacci. Símbolo do cinema de invenção dos anos 1970, ele traz "Serra da Desordem", vencedor do kikito de melhor filme no Festival de Gramado. Fora da competição está a co-produção com os Estados Unidos "Sonhos de Peixe", do russo Kirill Mikhanovsky, que retrata a vida de pescadores num pequeno vilarejo no nordeste brasileiro.
Entre os documentários serão apresentados, entre outros, "A Margem do Concreto", de Evaldo Mocarzel, vencedor da categoria no Rio de Janeiro; "Ato dos Homens", de Kiko Goifman, "Cartola", de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda; "Fabricando Tom Zé", de Décio Matos Jr; e "Pixote in Memoriam", de Felipe Briso, Guilberto Topczewski e Edu Abad.
PROGRAME-SE:
30ª MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA DE SÃO PAULODe 20 de outubro a 2 de novembro
Central da Mostra - Conjunto Nacional - Av. Paulista, 2073Vendas a partir de 14 de novembro, das 10h às 21hTelefones de atendimento: 3253-9256 / 3253-9237.Informações pelo site www.mostra.orgBlog da Mostra: http://blogdamostra.blog.uol.com.br/
Salas: Frei Caneca Unibanco Arteplex 1, 2 e 3, Espaço Unibanco 1 e 3, Cine Bombril 1 e 2, Sala UOL, MorumbiShopping 3, Cinesesc, Reserva Cultural 2, Sala Cinemateca, Cine Olido, Cinemark Santa Cruz 9, Vão livre do MASP, Centro Cultural São Paulo, Faap e Memorial da América Latina
VALORES PERMANENTES E PACOTES PROMOCIONAIS
Integral............................................................................ R$ 340,00
Especial........................................................................... R$ 90,00
Pacote 20 ingressos........................................................ R$ 120,00
Pacote 40 ingressos... .................................................... R$ 220,00
Ingressos individuais: segundas às quintas................. R$ 13,00
sextas, sábados e domingos............................................15,00
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